Comunicação e Linguagens
Comunicação significa partilhar, participar algo, tornar comum. Através da comunicação, os seres humanos e os animais partilham diferentes informações entre si, tornando o ato de comunicar uma atividade essencial para a vida em sociedade.
A comunicação é uma ferramenta de integração, instrução, de troca mútua e desenvolvimento. O processo de comunicação consiste na transmissão de informação entre um emissor e um receptor que interpreta uma determinada mensagem.
A mensagem é codificada num sistema de sinais definidos que podem ser gestos, sons, indícios, uma língua natural (português, inglês, espanhol, etc.), ou outros códigos que possuem um significado (por exemplo, as cores do semáforo), e transportada até o destinatário através de um canal de comunicação (o meio por onde circula a mensagem, seja por carta, telefone, comunicado na televisão, etc.).
Quando a comunicação se realiza por meio de uma linguagem falada ou escrita, denomina-se comunicação verbal. É uma forma de comunicação exclusiva dos seres humanos e a mais importante nas sociedades humanas. Como exemplos, nós temos o diálogo (pessoalmente, por telefone ou vídeo-conferência), os jornais, livros escritos na língua local, mensagens por aplicativos, entre outros.
As outras formas de comunicação que recorrem a sistemas de sinais não-linguísticos, como gestos, expressões faciais, mímica, o olhar, imagens, placas e sinais de trânsito, apitos, sirenes, entre outros, são denominadas comunicação não-verbal.
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL
As linguagens são formas de comunicação e interação entre as pessoas. Para isso são usados diferentes sistemas de signos para construir sentidos. Uma mesma linguagem (cores, por exemplo) pode ter significado diferente dependendo do contexto em que está inserido.
Há dois tipos de linguagens: a verbal e a não verbal.
A LINGUAGEM VERBAL utiliza palavras para estabelecer a comunicação na forma de escrita ou pela oralidade. Nesse caso, cada povo ou cultura tem a sua escrita e o seu idioma nativo que é usado na comunicação. Alguns países possuem mais de uma língua oficial, mas isso não impede que todos possam se comunicar entre si.
Existem línguas que não são mais faladas por nenhuma pessoa e são consideradas línguas mortas. No entanto, havendo textos preservados dessas línguas e havendo pessoas que saibam decifrá-los, de certa forma esses textos mantêm uma relação comunicativa com quem os lê. Esse é o caso do latim que, mesmo sendo considerada uma língua morta ainda é usada em rituais religiosos da igreja Católica ou na área científica. Muitos textos em latim foram preservados e, através deles, ficamos sabendo muito sobre a sociedade antiga de Roma.
Por outro lado, há monumentos e documentos escritos em idiomas muito antigos que até o momento não foram decifrados. Esses textos, mesmo sendo escritos não mantêm uma relação comunicativa conosco. Porém, foi uma forma de comunicação verbal ao seu tempo.
A LINGUAGEM NÃO VERBAL não utiliza palavras para estabelecer a comunicação, mas recorre a outras formas de comunicação como gestos, sons, cores, sinais, símbolos, luzes, placas, pinturas, esculturas, dança, música ou movimentos.
Os gestos de atores de teatro, palhaços de circo ou clowns, no caso da mímica, se constitui em um exemplo de linguagem não verbal. Mesmo sem dizer uma palavra, através de seus gestos e ações vamos criando um texto mental que nada mais é do que uma representação do que está acontecendo em cena. Tanto pode ser o caso de uma comédia ou de um drama.
Assista ao vídeo abaixo e disponível no YouTube. Faz parte do espetáculo Alegría, do Cirque du Soleil, The Clown Act.
Mesmo sem uma palavra, o ator, que é um clown, conta uma história de amor somente por gestos e ações. Ao final, e mesmo sem a intenção, o público participa da história do personagem.
Outro exemplo, são dos balizadores de aeroportos, que também é chamado de sinalizador de aeroporto. Sua função é orientar os pilotos a posicionarem as aeronaves que aterrissaram em uma área já determinada no pátio dos aeroportos. Para isso, ele utiliza sinalizadores nas duas mãos, que devem ser luminosos quando usados à noite. Cada gesto dos balizadores com os sinalizadores tem um significado para o piloto. Essa linguagem é usada em todos os aeroportos do mundo.
No vídeo abaixo, temos um exemplo de sinalizador no aeroporto de Maringá, de um ATR-72 da Azul.
A linguagem não verbal é muito rica em sua diversidade. Observe, por exemplo, a figura abaixo.
A imagem acima traz emojis e representam sentimentos. São produtos da modernidade que está relacionada à internet e ao uso de aplicativos de mensagens e redes sociais. Toda vez que usamos um desses em uma mensagem de texto para qualquer pessoa, estaremos dizendo alguma coisa sobre como estamos nos sentindo, por exemplo. Mas, não dirá tudo o que estamos pensando e que motivou o envio de um desses emojis.
Se uma pessoa A enviar o emoji 1 para uma pessoa B, por exemplo, ela estará dando a entender que está sentindo raiva ou indignação por alguma coisa. A pessoa B irá decodificar o sentimento, mas não saberá o que a pessoa A está realmente pensando. Pode ser também como resposta a uma mensagem que a pessoa A recebeu e, nesse caso, ela está querendo dizer que não gostou do que recebeu.
Por outro lado, se uma pessoa A envia o emoji 2 indica que a pessoa que a enviou está contente ou feliz por alguma coisa. Talvez por algo que aconteceu a ela ou por uma mensagem recebida por outra pessoa.
Observe agora os sinais de trânsito abaixo.
Esses sinais de trânsito informam aos motoristas tudo o que pode e o que não pode ser feito nas vias ou rodovias. Podemos observar que as placas 1 e 2 têm a palavra PARE escrita no centro, porém cada uma delas tem um significado muito diferente da outra.
A placa 1, por ser vermelha, indica a obrigação do motorista parar o veículo antes de cruzar ou entrar em uma via, caso contrário o motorista comete uma infração de trânsito, será multado e receberá pontos na carteira. Essa é a única placa no formato hexagonal e é exatamente por isso que chama a atenção do motorista.
A placa 2, por ser amarela, informa o motorista de que mais adiante ele deve parar o veículo antes de entrar em outra via ou cruzar por ela.
As placas 3 a 5, mesmo tendo a letra E no centro, cores e formatos iguais, possuem significados diferentes. A 3 informa que o motorista pode estacionar da placa em diante, a 4 diz que não é permitido estacionar e a 5 informa que é expressamente proibido estacionar.
Perceba como cada uma dessas placa nos informam coisas sem ter a necessidade de um texto enorme nelas. Isso torna as coisas mais práticas para todos nós. Existem muitas placas de sinalização de trânsitos e cada uma com o seu significado. Conhecer quais são os significados de cada uma delas é algo que se aprende na escolas de condutores para quem tem mais de 18 anos. Porém, conhecer a sinalização de trânsito desde cedo é algo muito importante para todos nós.
COMUNICAÇÃO POR MEIO DAS CORES
Vimos acima que o trânsito se utiliza de formas geométricas e cores para informar algo aos condutores de veículos automotores. Dentro dessa perspectiva, podemos encontrar as sinaleiras, ou semáforos. As cores nos comunicam coisas muito importantes. Têm a finalidade de organizar o trânsito e dar segurança a condutores e pedestres. Cada cor tem um significado que qualquer pessoa, desde criança, conhece o seu sentido e significado.
Todos nós conhecemos essa linguagem não verbal e podemos ter a certeza de que ela é utilizada em todos os países do mundo, se constituindo em uma linguagem universal. No entanto, é importante salientar que as cores têm a sua representação no sistema de linguagens dentro de contextos específicos.
No caso da sinaleira, ou semáforo, a cor vermelha está relacionada ao perigo. Basta lembrarmos que as sirenes de ambulâncias também tem essa cor. Em uma sinaleira, indica PARADA, ou dos veículos ou dos pedestres, dependendo do tipo de sinaleira e para quem está sinalizando. Da mesma forma, o verde indica que ou os veículos ou os pedestres podem seguir em frente, dependendo do tipo de sinaleira e para quem está sinalizando. A cor amarela é usada para veículos e alerta para os motoristas, ou condutores, irem diminuindo a velocidade.
COMUNICAÇÃO SONORA
Uma das formas de comunicação não-verbal que remonta aos primórdios da humanidade está o som de algum tipo de instrumento como, por exemplo, a trombeta. Também podemos citar o shofar, instrumento usado pelo povo judeu na Antiguidade, e o berrante, muito comum entre os tropeiros no Brasil.
O shofar era um instrumento muito usado pelo povo judeu na Antiguidade, especificamente em ocasiões solenes, religiosas e antecedendo batalhas. Havia vários tipos de toques que tinham um significado diferente e o povo conhecia. Isso significa dizer que o som desse instrumento da Antiguidade se comunicava com o povo judeu sempre que era tocado.
Outro instrumento da mesma família é a corneta, muito usada manobras militares. Há uma diversidade de toques que informam a tropa uma ação ou movimento diferente. Portanto, não há a necessidade de ser dadas ordens verbais.
Os sinos das igrejas também se constituem em uma forma de comunicação sonora. Há toques que informam o início de uma missa, por exemplo. Para outras celebrações há toques diferentes e transmitem uma informação a todas as pessoas que ouvirem o seus toques. Em tempos mais antigos, os sinos eram usados para anunciar a aproximação de algum perigo iminente, com um exército inimigo.
As sirenes da polícia, dos bombeiros e das ambulâncias também são formas de comunicação sonora muito conhecidas. Em geral, são diferentes para poderem ser identificadas por todos, pois quando são acionadas indicam uma emergência. A sirene precisa ter certas características específicas para se destacar no trânsito e cumprir a função de alertar as pessoas para liberarem o caminho. Os apitos usados pelas guardas municipais para orientar o trânsito também pertencem ao grupo de comunicação sonora.
Para terminarmos essa parte, mas não encerrando o assunto, fábricas usam sirenes para alertar os funcionários de início e fim de expediente; em regiões de conflitos militares, muitas cidades usam sirenes para alertar a população de ataque por mísseis (todos devem se proteger o mais rápido possível); usinas nucleares têm o seu sistema de alerta sonoro de vazamento nuclear (todos devem abandonar urgente o local).
LÍNGUA DE SINAIS
A forma como os surdos se comunicam é chamada de língua de sinais, portanto é uma língua com sua gramática e sintaxe próprias e não se pode dizer que é uma linguagem não verbal. Cada país tem a sua própria língua de sinais, pois assim como temos palavras diferentes para as mesmas coisas de uma língua para outra, na língua de sinais não é diferente. No Brasil tem o nome de Libras (Linguagem Brasileira de Sinais).
Assista ao vídeo abaixo em que duas professoras de Libras, Ronice Müller de Quadros e Marianne Rossi Stumpf, que falam sobre a língua de sinais. As duas professoras só se comunicam através de gestos, mas há dois narradores que traduzem o que elas expressam por sinais.
Observe agora no vídeo a seguir a diferença da língua de sinais em português e em inglês.
Assim como nós precisamos estudar para falarmos outro idioma, da mesma forma precisamos conhecer a nossa língua de sinais e, se for do interesse de cada pessoa, aprender a língua de sinais de outro país.